segunda-feira, 21 de março de 2011

Histórias da vida real: quantos cheques podem voltar de uma "otoridade"?



O nosso mandato está recolhendo uma série de episódios pitorescos e curiosos da vida política de nosso município para publicar após o final desta legislatura. E esta história nós fomos ouvir lá no interior do Paraná, porque alguns dos envolvidos moram lá e a "otoridade" é daqui mesmo. Acontece que, mais ou menos, na época da campanha eleitoral, uma "otoridade" enfiou desavisadamente seu automóvel na frente de um caminhão, causando danos ao proprietário da ordem de aproximadamente uns cinco mil reais. E ai, conversa vai, conversa vem, a "otoridade" conseguiu fazer um acordo com o sujeito, caminhoneiro, pessoa simples que depende do caminhão para trabalhar, pra que não fosse chamado o pessoal do trânsito. Para abafar o negócio. Assumiu a culpa e deu alguns cheques para pagar a conta. Acontece que, quando o caminhoneiro foi fazer um negócio com os cheques da "otoridade", descobriu-se que alguns não tinham fundo. E aí, como é que faz? Procura o sujeito, pessoa pública, fácil de ser encontrada. Será? Liga daqui, liga dali, e nada da "otoridade" atender: "AH, fulano não tá!", "Fulano está não sei onde!". E a coisa foi se arrastando por mais de meses. Vai prestando atenção no que é a palavra de uma pessoa pública, empenhada em resolver um acidente que ele mesmo causou e abafou. Ai, o homem simples, lá do interior, teve que vir inúmeras vezes até aqui no Município para resolver o problema, sem sucesso. E outro cheque, e o cheque sem fundo: "Nunca vi um homem tão bom de lábia", explica o caminhoneiro. Prá encurtar a história, um dia o cara resolveu ir no próprio local de trabalho do sujeito: "Pelo amor de Deus, ninguém conseguia falar com o homem!", explica. Chegando lá, onde a "otoridade" trabalha, ficou observando o homem, bem na sua frente, sem ser visto, e ligando no celular do caloteiro. E o caloteiro olhava para a tela do celular e não atendia. Ai, até que enfim, a "otoridade" acabou vendo os seus credores pessoalmente. Ficou branco. E isso tinha durado, sabe quanto tempo? Um ano. Isso mesmo: um ano, e dezenas de telefonemas, idas e vindas, para receber o dinheiro da tal "otoridade". Ai o sujeito levou os seus credores na salinha e resolveu pagar, porque não tinha jeito e o caloteiro é uma pessoa pública que, afinal de contas, tem que "manter" a sua imagem de "pessoa séria", e "deusolivre" um escândalo nestas alturas do campeonato. Até deu um gorjetinha para "pagar os juros". É isso meus amigos e amigas. Imagine você numa situação semelhante? Esta e outras histórias serão contadas num livro básico, capa dura, bem organizado, de umas cem páginas. O título? Histórias da Vida Real, parafraseando Nelson Rodrigues, "A Vida como ela é". Você conhece alguma? Envie para nós como fez este cidadão do interior. E tem mais do interior também. Vamos dar boas risadas porque o material é farto e continua chegando.

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