domingo, 21 de março de 2010

Força acusa CNI de usar recursos do "Sistema S" contra redução da jornada

"Em resposta ao pedido do vereador que é contra os movimentos sociais, e quer investigação de sindicatos e movimentos sociais, a Força Sindical em nível nacional propôs também uma investigação: como são utilizadas as verbas da Federação das Indústrias contra os trabalhadores, particularmente neste caso do projeto de Lei das 40 horas. Como se sabe, uma entidade com ramificações nacionais tem força para fazer denúncias na Procuradoria Geral do Trabalho para que se passe a limpo muita coisa, muita coisa mesmo, inclusive de sindicatos. Por isso, é bom saber quem está contra os trabalhadores, inclusive sindicatos, e articulando para caçar o mandato dos bons sindicalistas que os representam. Vamos ver, vamos ver!".


Central sindical sustenta que confederação da indústria teria usado recursos de qualificação profissional de trabalhadores para campanha contra redução da jornada de trabalho

Por: Suzana Vier, Rede Brasil Atual

Publicado em 16/03/2010, 18:52

Última atualização às 18:52

São Paulo - A Força Sindical protocolou nesta terça-feira (16) denúncia na Procuradoria Geral do Trabalho (PGT), em Brasília (DF), contra a Confederação Nacional da Indústrial (CNI), por suposto uso de verba do Sistema S para veicular, em rádios do país, campanha contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.

De acordo com João Carlos Gonçalves (Juruna), secretário-geral da Força Sindical, a CNI utiliza os recursos do Sistema S destinados à qualificação do trabalhador para combater o projeto de lei que promove a redução da jornada máxima de trabalho. "Esses recursos são para fins de qualificação profissional", acusa.

“Sistema S”

É o conjunto de organizações das entidades corporativas empresariais voltadas para o treinamento profissional, assistência social, consultoria, pesquisa e assistência técnica.

As contribuições repassadas ao sistema incidem sobre a folha de pagamento das empresas pertencentes à categoria correspondente e financiam atividades que visem ao aperfeiçoamento profissional (educação) e à melhoria do bem estar social dos trabalhadores (saúde e lazer).

Entidades do Sistema S:

na agricultura: Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar);
no comércio: Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac); Serviço Social do Comércio (Sesc);
no cooperativismo: Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop);
na indústria: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); Serviço Social da Indústria (Sesi);
no transporte: Serviço Social de Transporte (Sest); Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat);
Outras áreas: Diretoria de Portos e Costas do Ministério da Marinha (DPC); Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra); Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae); Fundo Aeroviário - Fundo Vinculado ao Ministério da Aeronáutica.
"Todos os jornais afirmam que está faltando mão-de-obra qualificada no Brasil. Entretanto, (a CNI) acaba gastando dinheiro numa propaganda contra o trabalhador", condena. Segundo Juruna, a Força gravou os programas de rádio em que a CNI teria utilizado espaço do Serviço Social da Indústria (Sesi), que recebe recursos do Sistema S, para atacar a redução da jornada.

Em nota, o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, rebateu as denúncias da Força Sindical e classificou a iniciativa da entidade como um "equívoco" e "um absurdo". "É uma falácia afirmar que a CNI usa os recursos do Sistema S, simplesmente porque o orçamento da CNI não tem como fonte direta os recursos do Sistema S", defende Neto.

Ele nega que o Sesi e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) façam campanha contra a redução da jornada de trabalho. Mas admite que a CNI "por se tratar de entidade que representa os interesses da indústria" atua para evitar a votação no plenário da Câmara dos Deputados da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que reduz a jornada de trabalho, porque "está simplesmente cumprindo seu papel", assume Neto.

“Estamos atuando de forma transparente, em atos públicos, indo à Câmara, visitando as lideranças partidárias, em defesa dos legítimos interesses da indústria, que sofrerá elevação de custos e perderá competitividade se a redução da jornada for imposta por lei. É nossa obrigação. Continuaremos em campanha contra a PEC da redução da jornada”, conclui a nota.

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