terça-feira, 16 de março de 2010

ATUAÇÃO DE VEREADOR NELSÃO FOI DECISIVA PARA NEGOCIAÇÃO DA SCHMIDT, DIZEM TRABALHADORES




Convidado como vereador para manifestar seu apoio à greve dos trabalhadores da Porcelana Schmidt, Nelsão (PMDB), afirma que soube equilibrar sua atuação como sindicalista e vereador, não interferindo nas decisões do sindicato da base da categoria, mas orientando os trabalhadores acerca dos seus direitos: “Os cerca de 500trabalhadores da empresa tiveram ganhos significativos, como o pagamento de 40% da multa pelo atraso do salário através do vale mercado e no próximo pagamento, além de garantir o próprio vale-mercado Visa que estava ameaçado, enquanto as outras unidades da empresa em outros estados continuam em greve”, afirmou o vereador. Mesmo estando presente como vereador, a experiência de Nelsão na área sindical foi de fundamental importância para que o acordo fosse levado a bom termo, já que o sindicalista afirma entender os problemas da empresa, mas não poderia compactuar com a retirada dos direitos dos trabalhadores: “Sabemos que a empresa passa por dificuldades em outras filiais, como Pomerode e em Mauá, em São Paulo, mas não poderíamos deixar de orientar positivamente os trabalhadores” afirma. Os trabalhadores da Porcela Schmidt estavam com atraso de mais de três anos nos depósitos do FGTS, sendo descontados em seus vales-refeição e muitas vezes sem vale transporte: “Em nome das dificuldades da empresa, não poderíamos deixar os trabalhadores passando fome. Eles tem conta para pagar como todos nós”, explica. Na sessão no dia de ontem (15), na Câmara dos Vereadores, Nelsão recebeu a compensação pela sua atuação firme, mas equilibrada: os trabalhadores e trabalhadoras da Porcelana Schmidt lotaram as dependências da Câmara, levantando faixas de agradecimento ao seu trabalho: “É claro que nosso posicionamento provocou uma ciumeira em outros sindicalistas e vereadores, que os levaram até mesmo a criar versões fantasiosas e inverídicas sobre a nossa atuação. Além do atrelamento de algumas lideranças com determinados pré-candidatos na próximas eleições, que levaram as questões trabalhistas para o lado político, procurado denegrir nosso trabalho”, explica o vereador. Estas versões fantasiosas ganharam destaque de forma evidente em jornais que recebem verbas institucionais dos aliados políticos deste setores, sem expor com clareza o ponto de vista do vereador. Nelsão, em seu discurso na sessão de ontem, minimizou a nota de descontentamento enviada à Câmara pelos diretores da empresa: “Talvez os empresários não entendam que temos lutado para que se diminua a carga tributária e os preços de energia em Campo Largo, oferecendo condições para que os pequenos e médios empresários possam desenvolver suas atividades com mais folga nos seus balanços de pagamento”, afirma. Num dos trechos da carta, os empresários acusam Nelsão pelos seus problemas de caixa: “Os sindicalistas e empresários precisam encontrar uma desculpa melhor. Outras unidades da empresa estão em greve pelos mesmos problemas, e eu não sou culpado disso”, afirma.

O funcionário da Porcelana Schmidt, Divonzir Batista da Luz, que foi eleito como integrante da Comissão Interna de Prevenção de Acidente (CIPA), e tem, portanto, estabilidade de emprego na empresa, foi um dos trabalhadores que solicitou a participação de Nelsão na greve: “Chamamos o Nelsão, porque ele, como vereador, daria mais força para o movimento e de fato deu, tanto que chegamos a um acordo”, diz. Luz diz que teme retaliações por parte do sindicato e da empresa: “Vivemos numa democracia e deixei público meu depoimento para servir de exemplo para outros trabalhadores. Caso haja retaliações, procuraremos a Delegacia Regional do Trabalho para expor os fatos”, disse. De fato, não há nada que proíba aos trabalhadores solicitarem apoio de parlamentares em suas reivindicações, e a retaliação a qualquer trabalhador seria um fato lastimável e negativo para a direção da empresa e o sindicato que representa os trabalhadores. Além disso, a presença de Nelsão, como parlamentar, no ato grevista, foi aprovada em duas assembléias realizadas na porta da fábrica com os trabalhadores. Ao receber a homenagem na sessão de ontem, Nelsão agradeceu o apoio dos trabalhadores e voltou a reiterar seu compromisso com as classes menos favorecidas: “Não podem me impedir de lutar por aqueles que mais precisam. Aonde me chamarem para defender os mais simples, eu estarei lá, mesmo que isto custe o meu mandato por motivos políticos”, desabafou.

Vejam o depoimento de Nelsão sobre o assunto, na sessão de ontem, 15, na Câmara dos Vereadores de Campo Largo.

Discurso Nelsão em Plenário Parte I
Discurso

Nelsão em Plenário Parte II
Discurso

Nelsão em Plenário Parte III

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