quinta-feira, 28 de julho de 2011

Letargia da Câmara de Vereadores não é culpa de Nelsão

Em uma estratégia articulada, setores da Câmara de Vereadores querem imputar ao vereador Nelsão a letargia em seus trabalhos: como se a ausência de projetos próprios, a independência respaldada na interferência nos projetos enviados pelo Executivo (no sentido de melhorá-los ou barrá-los quando não contemplam os interesses coletivos da população), o posicionamento com relação a temas de relevância, a ausência de organização dos movimentos sociais, tivesse como motivo um simples vereador. Querem sim é achar um "bode expiatório" para a inoperância crônica de alguns.
Como se antes do processo iniciado contra o vereador na Câmara, com suas honrosas exceções, tudo corresse as mil maravilhas. Não é assim. A tentativa de justificar a ausência de iniciativas tentando criar o clima de que a população exige providências com relação a punição de Nelsão, é falsa. Não existe este sentimento na população de Campo Largo. Não se viu sequer um protesto na ruas, um abaix-assinado, uma manifestação contra o vereador. Nelsão não roubou, Nelsão não fraudou, Nelsão não se omitiu. Muito pelo contrário, a população de campolargo, vem exigindo, isto sim, é que os nobres vereadores (as) apresentem projetos, que interfiram na vida pública da cidade com mais eficácia, que se pronunciem, que lutem pelos cidadãos que os elegeram.
O mandato de Nelsão, sim, é que ficou “paralisado” tendo que concentrar suas forças num processo sem pé nem cabeça, cujo único objetivo, como já demonstrado, é essencialmente político, de busca desenfreada pelo poder passando por cima de tudo. Nelsão foi o vereador que mais se pronunciou no sentido da independência dos poderes, apesar de ser base de apoio da atual administração. Denunciou eventuais falhas em projetos, propôs alterações nas leis maiores e menores, apresentou seus próprios projetos (ao nosso ver, ainda poucos, mas limitados neste ano pela concentração de forças contra o corporativismo que impera em parte do Legislativo que sucumbe sem questionamentos em troca de pequenos favores para suas bases eleitorais e agora querem cassar o seu mandato justamente pelo mandato denunciar esta postura).
Dinâmico, o mandato de Nelsão ultrapassou as paredes do hermético mundo da politicagem do Parlamento e ganhou as ruas: ajudou a organizar a população em torno de um dos maiores problemas que atingem o município que é, historicamente, a busca de uma solução permanente para a BR 277 que já ceifou milhares de vidas dos campolarguenses. Ao invés de falar, Nelsão agiu: aproximou os anseios da população, de maior democracia no Legislativo, divulgando as votações dos (as) vereadores (as) através de um canal direto com a população; estabeleceu uma ponte com o Ministério Público, com os deputados da Assembléia Legislativa e outras entidades. Lutou praticamente sozinho, quando cortaram seus assessores no primeiro ano e teve que buscar voluntários através de parcerias com instituições, no sentido de poder atuar com mais eficácia na Câmara. Requereu a CEI do Estar, denunciou problemas ambientais nos projetos, tentou mudar as prioridades financeiras do Município apresentando emendas ao Orçamento Anual e Plurianual nas áreas de regularização fundiária, meio ambiente, organização dos trabalhadores na formação de cooperativas, etc. Tudo foi negado, combatido, tratorado.
Ao contrário do que insinuam, é por este motivo que Nelsão está sendo crucificado como a “origem de todos os males”: por se insurgir contra os poderosos que querem que tudo continue como está, enquanto a população espera uma atuação mais enérgica e decisiva do Parlamento nas principais questões que envolvem o município. Na verdade, ao tentarem, na calada, cassar o mandato do Nelsão, estão tentando, isto sim, calar a voz de quem quer avanços, democratizar, cobrar posturas. Estes não estão lutando contra a letargia: estão querendo legitimá-la, cristalizá-la e impedir questionamentos.
O cidadão de Campo Largo deve desconfiar de consensos harmoniosos “demais”. Aqueles nos quais não existem vozes discordantes. Estes acordos, ao contrário da presumida unidade, geralmente significam que o principal objeto da política está ficando de fora: o povo! E atualmente, na Câmara de Vereadores, queiram ou não, um dos únicos atores políticos que, apesar das limitações, sem falsa modéstia, ousa questionar os consensos sem a participação popular é o vereador Nelsão. Consensos de cúpulas, sem conhecer a realidade das ruas e do povo que mais precisa e necessita. Por isso, Nelsão sempre foi um “estranho no ninho”. É aquele que não aceita o corporativismo que exclui a participação popular. Com seus milhares de votos, vindo de onde veio, a postura de Nelsão não podia ser outra: honrar quem votou nele. E se existe um preço a ser pago por isso, que seja pago. A população de Campo Largo saberá reconhecer, no devido tempo, quem tinha razão.

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