segunda-feira, 6 de junho de 2011

O julgamento do atraso e do moderno no Legislativo de Campo Largo

Enquanto na Europa explodem em diversos países movimentos que exigem cada vez mais participação popular nas decisões governamentais, como aqui no Brasil já existem iniciativas semelhantes tais como plebiscito sobre grandes obras, etc. Está em apreciação na Câmara, mais do que um julgamento essencialmente político, a concepção do atraso versus o moderno nas relações políticas entre Executivo e Legislativo.
Nosso mandato se empenhou em exigir a participação dos parlamentares em projetos vitais, além do simples comodismo de votar projetos como moeda de troca política por favores da administração, sem debatê-los. Isto provocou uma verdadeira revolução na Câmara, quando interpusemos emendas parlamentares na votações do Orçamento, no Plano Plurianual, pedimos maior transparência no detalhamentos dos pedidos de verbas para suplementação orçamentária, eficácia na atuação do Parlamento em temas estruturais como Meio Ambiente e a solução definitiva para a BR 277. Questionamos irregularidaes, pedimos CPIs como a do Estar, driblamos a negativa de assessores em nosso primeiro ano de mandato, apresentamos projetos como o de Agricultura Urbana e o Asfalto Comunitário, questionamos a Independencia da Casa, apesar de sermos base de apoio da atual Administração, procuramos democratizar o debate interno dos (as) vereadores (as) levando, em uma ação inédita no município, este debate para o conhecimento da sociedade através de nosso blog.
De uma maneira ou outra, o Legislativo de Campo Largo nunca mais será o mesmo. É um mérito de nosso mandato. Por outro lado, sempre apoiamos iniciativas que contemplavam os interesses coletivos da cidade, as boas leis apresentadas pela Administração que apoiamos, mantendo nossa independência. Rompemos com o fisiologismo do "toma lá, dá cá", apoiando até mesmo projetos da oposição, quando verificamos a utilidade dele para a população. Por isso, formos transformados em vilões. Objetos de críticas infundadas que representam o atraso versus o moderno. Apesar de nossas limitações, sempre demos o melhor para a cidade.
Muito além das meras interpretações burocráticas e políticas do Regimento, o que está em jogo é um debate sobre uma nova maneira de fazer política, com a participação e a mobilização popular, realização de Audiências Públicas, plebiscitos, rigor na transparência e atuação crítica quanto ao papel dos parlamentares.
São precisamente sobre estas questões que o Legislativo será julgado. Este é o pano de fundo: a democratização e a transparência. O resto, é questão politiqueira, de jogo do poder pelo poder, de simulacros.
O amadurecimento do Legislativo dependerá da postura de cada um (a) dos vereadores (as) que sabem de fato o que está em jogo. Estas questões essenciais não dependem do julgamento de somente de um dos porta-vozes deste projeto, mas sim de um processo que foi iniciado e não tem volta: a conscientização popular.
Se não existe no Legislativo de Campo Largo espaço para um projeto desta envergadura, esperaremos pacientemente pelo julgamento popular. Este sim, muito mais importante. O tempo dirá que está com a razão.

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