Na sessão de ontem (24) o presidente da Câmara de Campo Largo, Sérgio Schmidt, negou a palavra ao vereador Nelsão, antes mesmo que ele começasse a falar sobre o projeto de Lei do Executivo 16/2010, que se refere à concessão de insenções fiscais à empresa SIG COMBIBLOC do Brasil. Isenções que não contemplam apenas a empresa, mas todas as suas filiais, controladas ou coligadas, consultores e fornecedores. Estão isentas de qualquer imposto até mesmo as empresas de construção civil que irão realizar as instalações da empresa no município. O montante dos valores das isenções não foi levantado no projeto. Em nome das isenções, pelo projeto, a empresa "promete" gerar 100 empregos. A interrupção da fala de Nelsão se deu antes mesmo de que ele começasse o seu pronunciamento, o que provocou a indignação do vereador. Nelsão não aceitou passivamente que lhe fosse cortado o direito de expressar sua opinião e que desenvolvesse o seu raciocínio.
Alegando que Nelsão não estava se atendo ao assunto antes mesmo que o vereador começasse a falar, o presidente da Casa usou de sua "autoridade" para cassar seu direito à fala, sem direito à defesa. Com a reação de Nelsão, o vereador Sérgio Schmidt interrompeu a sessão e "ordenou" que Nelsão fosse a sua sala. Nelsão se recusou e permaneceu em plenário, por entender que não havia motivos regimentais para que o Presidente da Casa lhe negasse o direito a fala. Nos cinco minutos em que permanceu em sua sala, o vereador Sérgio Schmidt, ao que tudo indica, até que se prove ao contrário, determinou o AI - 5 da Câmara, interrompendo a transmissão da sessão por internet. Do que o vereador Sérgio Schmidt tinha medo que o povo soubesse, quando supostamente suspendeu a transmissão da sessão? Com qual autoridade e baseado em que argumentos, supostamente impediu que a população tomasse conhecimento do que se passava na Câmara? Na prática, foi como se expulsasse a população de Campo Largo da sessão.
Alguns entendem que o vereador Sérgio Schmidt premeditamente arrumou o "quiprocó" porque não queria que o projeto fosse debatido , e utilizou-se deste artifício para impedir o vereador Nelsão de se pronunciar. Logo após o cancelamento da transmissão da sessão por internet, o vereador Sérgio Schmidt voltou ao plenário e permitiu que o vereador Nelsão se posicionasse sobre o projeto.
O vereador Nelsão votou a favor do projeto, mas exigiu do Executivo, ao lado do vereador Lucir Marchiori, um projeto do Executivo que também beneficie os pequenos e médios empresários com isenções tarifárias... no preço da luz, por exemplo. O vereador Sérgio Shcmidt interrompeu a fala de Nelsão afirmando que o preço da energia não tem nada a ver com isenção de impostos, e foi rebatido pelo vereador Nelsão: "Se o senhor não sabe, vai ser instalada energia elétrica na empresa, ou o senhor conhece uma obra que funcione sem", disse. Nelsão também cobrou do Executivo projetos que garantam regras para a insenção de impostos para instalação de empresas no Município e que elas não sejam realizadas como se fosse um "leilão". Nelsão pediu redução de impostos também para as empresas que já geram empregos na cidade. Schmidt afirmou que a proposta de insenção de impostos para pequenas, médias e grandes empresas que já geram empregos no município "é demagogo".
Nelsão também rebateu as críticas do presidente da Casa, Sérgio Schmidt, de que ele é contra a vinda de empresas para a cidade: "Queria que o Executivo fizesse um projeto no coletivo, não no varejo, porque aqui não é um leilão", afirmou.
E por coincidência, ontem, o popular e folclórico "Tristão" estava na Câmara e, como é do seu estilo, começou a emitir suas opiniões sobre a sessão. O Presidente da Casa pediu para que os seguranças da Casa retirassem o Tristão quando ele fez um comentário. Nelsão, mais equilibrado, intercedeu e pediu que apenas conversassem com o "Tristão", que prontamente atendeu o vereador Nelsão: "Viu senhor presidente...é assim que se fala com o povo", afirmou o vereador, demonstrando ao nobre parlamentar e presidente da Casa, que nem tudo se resolve na base da truculência.
Uma lição de "sindicalista" que procura antes de tudo o diálogo e a negociação, antes do uso da força.
Assistam o vídeo do debate sobre o projeto, que o presidente da Casa, ao que tudo indica, negou acesso à população, e tirem suas conclusões.
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