quarta-feira, 8 de julho de 2009

EM DEFESA DOS TRABALHADORES DA COCEL, POR UMA EMPRESA PÚBLICA E TRANSPARENTE

O governador recentemente manifestou-se a favor da extinção da Companhia Campolarguense de Energia Elétrica, a COCEL, e referiu-se a ela como um “cabide de empregos”. É importante que, neste momento, saibamos distinguir o corpo de funcionários de carreira da empresa e aqueles que ocupam cargos meramente por indicação política. O corpo técnico e os trabalhadores que por merecimento lá estão, não devem ficar preocupados, principalmente porque sabemos não ser o objetivo do governador atacar estes funcionários, por mais que alguns que supostamente se utilizam da COCEL com fins políticos, como declarou o governador, queiram se utilizar disso como manobra política para não discutir a empresa, sobre todos os pontos de vista.
O que defendemos – Nosso mandato lançará uma campanha para que a população, técnicos, consumidores e os trabalhadores que estão na COCEL, por merecimento, possam debater a empresa, defendê-la, ou apresentar dados que comprovem ou não o que o governador falou. Eu, como militante, cheguei a ser preso, quando enfrentei, no governo Lerner, aqueles que queriam privatizar a COPEL. Sempre defenderemos o que é melhor para o bem público, mas, para isto, é preciso que sejam levantadas as questões de interesse público. E um dos interesses públicos, em questão, é o alto custo da tarifa de energia, os altos salários pagos aos diretores e comissionados, são os investimentos nas áreas sociais, e o fato de que realmente a COCEL cumpra com seu papel social. Para o governador, não tem sentido uma retransmissora que cobra o dobro do preço simplesmente para transferir energia. E temos certeza que o corpo técnico e funcionários da empresa, caso esta fosse privatizada, seriam incorporados, com compensações. No entanto, talvez uma empresa de energia em Campo Largo possa ser útil para os investimentos sociais e/outros no Município. Mas quem tem que decidir isso não é o vereador Nelsão, o Prefeito, os funcionários ou o governador : isso é uma coisa que o povo de Campo Largo tem que decidir com esclarecimento dos prós e contras sobre a empresa. Por exemplo, vemos pelo último Balanço da Cocel, que:
- O Percentual do Lucro Líquido destinado à totalidade em ações sociais que era de 3,33% em 2007 caiu para 2,39% em 2008.
- O Percentual do Faturamento Bruto destinado à totalidade em ações sociais que era de 0,25% em 2007, caiu para 0,16% em 2008.
Apesar de ser aprovado em Assembléia que a empresa pode investir um percentual de até 5% em questões sociais, perguntamos: onde estão estes investimentos? E estes investimentos são feitos de forma clara e transparente, ou utilizada com fins politiqueiros, com critérios não da qualidade de seus projetos, mas de afinidade política com as entidades? Qual o papel do Conselho dos Consumidores na Assembléia que decide os rumos da empresa? Nenhum? E também não podemos concordar que todos os consumidores de campo largo continuem pagando o dobro do preço da energia de Curitiba. Enquanto em Curitiba um consumidor que gasta 116 KWh paga de tarifa R$ 46,37, em Campo Largo este mesmo consumidor, ainda que incluído na Categoria B1 Baixa renda, começou a pagar a partir de 24 de julho de 2008, pela mesma quantia de energia, R$ 89, 77. O cidadão campolarguense paga praticamente o dobro de um morador de Curitiba. Por quê, os cargos de diretoria chegam a 10 mi reais? Por que diminuíram os investimentos de energia elétrica para as famílias de baixa renda que representavam 41.75% dos domicílios, em 2007, e caíram, em 2008 para 36.16% domicílios. Por que, a COCEL gastou nos últimos 4 anos, 5.659.402,00, para atender somente 981 domicílios na área rural? Qual a comparação destes valores, com outros municípios?
E estão não são afirmações contra a empresa, são apenas algumas perguntas, dentre muitas, que devem ser respondidas. Se os administradores responderem a altura da inteligência dos campolarguenses, muito que bem. O que não pode ser feito, é o discurso ficar apenas no campo político, por interesse de alguns. A população tem que ser esclarecida e muito bem esclarecida, de ambos os lados, porque acreditamos que também o governador se empenhará em explicar melhor esta questão da COCEL para todos os campolarguenses: se vale ou não a pena encampá-la e porque. E sabemos que a Copel também tem bons e competentes técnicos, como a COCEL, para explicar isso para a população.
O Basso já disse que não vende a empresa. E nós dizemos: quem decide se vende ou não vende não é o Basso, não é o governador, não é o vereador. Quem deve decidir isso é a população de Campo Largo. Os administradores públicos são meros empregados do povo, inclusive os funcionários desta ou daquela empresa pública. A população deve ser sim, esclarecida, para poder tomar sua decisão. Então, o que propomos, é que em vez dos administradores decidirem isso sozinhos, que se faça um amplo debate com a sociedade, com todos os setores envolvidos, apresentando dados e números, prós e contras, e não apenas o prefeito ou este aquele administrador fique falando sozinho. Administradores, do alto de sua arrogância, muitas vezes acham se imbuídos de um espírito divino, como os faraós, e esquecem de ouvir quem mais importa, o povo: então, nossa mandato lançará esta campanha, queiram ou não: ouviremos sim, os funcionários da COCEL, estudaremos os números e descobriremos outros. Compararemos os dados da COCEL com os da Copel, o plano de carreira dos funcionários, etc... A COCEL deverá passar por uma ampla auditoria, mas não da BDO-TREVISAN - Braço de uma empresa internacional, fundada em 1963, a partir da união de empresas de contabilidade de cinco países – Reino Unido, Holanda, Alemanha, Estados Unidos e Canadá. Aliás, porque uma empresa com ramifacação estrangeira faz a auditoria da COCEL? - e sim da população de Campo Largo. Quem poderá ter medo de uma auditoria popular? Os eficientes funcionários e o corpo técnico da empresa é que não. Estes não têm nada a temer. Se prestam um bom serviço à população, terão seu trabalho reconhecido. Agora, chegou a hora de passar a COCEL a limpo, e o povo é quem deve decidir.
Instamos ao prefeito Basso que faça um amplo debate sobre a COCEL com todos os campolarguenses, e que traga os números, não só para a as salas fechadas da Câmara, mas que promova audiências públicas, que ouça os dois lados, e, ao final, realize um Plebiscito, uma consulta popular. Se o prefeito ficar com medo de enfrentar o debate público, deixará a impressão que tem algo a esconder. E nos, que somos da base do Prefeito, não podemos deixar que isto aconteça. O que não se pode admitir é apenas o monólogo através de jornais e da televisão. Caso o Prefeito não realize este debate e não convoque o Plebiscito, nós mesmos, de nosso mandato, faremos isto, em nome de todos os campolarguenses que tem o direito de decidir sobre o seu destino. Chamaremos os técnicos, os trabalhadores, os diretores, a população, e realizaremos em Campo Largo o debate mais democrático que já se viu até hoje. E quem decidirá, ao final, será o povo. Se o Prefeito acatar a decisão pública, muito que bem, assim como nós acatamso, de forma humilde, a decisão da maioria na Câmara que vota contra nossos projetos. Aceitamos a democracia e queremos ampliá-la. Queremos debater a COCEL com todos os campolarguenses, e o momento é agora.

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